A pobre flor disse à borboleta: não fujas!
Olha como os nossos destinos são
diferentes:
Eu fico, e tu vais embora!
E, todavia, amamo-nos,
Vivemos sem os homens, longe deles.
Somos parecidas:
Dizem que ambas somos flores!
Mas, infelizmente,
O ar leva-te e a terra prende-me.
Destino cruel!
Quisera eu perfumar o teu vôo,
Com aroma no céu.
Mas não, andas demasiado longe,
A esvoaçar por entre as flores.
Foges, e eu fico sozinha
A ver a minha própria sombra
Girar aos meus pés.
Foges, depois voltas,
Vais-te embora outra vez,
E brilhas algures!
Por isso me encontras sempre,
Em cada madrugada,
Orvalhada em lágrimas!
Ah! Afim que o nosso amor possa
Viver dias de felicidade,
Raínha minha,
Ganha raízes como eu,
Ou dá-me asas como tu!
Victor Hugo
terça-feira, 31 de julho de 2007
A Borboleta e a Flor
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