sexta-feira, 31 de agosto de 2007



Palavras não explicam o que trago aqui dentro...


Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar.



Cartola

Desejo




Quero asas de borboleta azul

para que eu encontre

o caminho do vento

o caminho da noite

a janela do tempo

o caminho de mim.

Roseana Murray



Se eu fosse um livro, seria a história de um homem e uma mulher.

Eles se conhecem e se apaixonam no primeiro capítulo.

No segundo, a paixão vira amor.

Mas não deixa der ser paixão.

No terceiro, o amor vira amizade.

Mas não deixa de ser amor e paixão.

E esse livro termina no quarto,

Onde eles viram apenas um.

Mas não deixam de ser dois.


Desconheço o Autor

segunda-feira, 27 de agosto de 2007



"Era inevitável: o cheiro das amêndoas amargas lhe lembrava sempre o destino dos amores contrariados”

O Amor nos Tempos do Cólera - García Márquez

Não é simplesmente uma estória de amor mal resolvido,
mas foi o que mais me marcou.
Quem já não teve um amor mau resolvido, um amor que não deu certo, mas que parecia ter tudo pra acontecer?
O livro traz como tema o amor, não é o amor que desiste, mas aquele capaz de esperar anos para florescer.

Já sinto saudades de "Florentino Ariza e Fermina Daza"


domingo, 26 de agosto de 2007


O meu amor tem lábios de silêncio
E mãos de bailarina
E voa como o vento
E abraça-me onde a solidão termina


O meu amor tem trinta mil cavalos
A galopar no peito
E um sorriso só dela
Que nasce quando a seu lado eu me deito


O meu amor ensinou-me a chegar
Sedento de ternura
Sarou as minhas feridas
E pôs-me a salvo para além da loucura.


O meu amor ensinou-me a partir
Nalguma noite triste
Mas antes, ensinou-me
A não esquecer que o meu amor existe.



Jorge Palma


Que te demores, que me persigas
Como alguns perseguem as tulipas
Para prover o esquecimento de si.
Que te demores
Cobrindo-me de sumos e tintas
Na minha noite de fomes
Reflete-me.
Sou teu destino e poente.
Dorme.

Hilda Hilst



E quantas vezes direi:
és meu.
E as distendidas
Tardes, as largas luas,
as madrugadas agônicas
Sem poder tocar-te
Quantas vezes amor
Uma nova vertente há de nascer em ti
E quantas vezes em mim há de morrer?

Hilda Hilst


Hoje te canto e depois no pó que hei de ser
Te cantarei de novo.
E tantas vidas terei
Quantas me darás para o meu rosto outra vez amanhecer
Tentando te buscar.
Porque vives de mim,
Sem Nome,
Sutilíssimo amado, relincho do infinito e vivo
Porque sei de ti a tua fome, tua noite de ferrugem
Teu pasto que é o meu verso orvalhado de tintas
E de um verde negro teu casco e os areais
Onde me pisas fundo.
Hoje te canto
E depois emudeço se te alcanço.
E juntos
Vamos tingir o espaço.
De luzes.
De Sangue.
De escarlate.

Hilda Hilst

sexta-feira, 24 de agosto de 2007


- Quer comprar maçã?

- Quanto as maçãs?

- Dois sacos por cinco.

- Um saco?

- Dois por cinco, promoção. Pra terminar o carrinho...

- Eu só quero um.

- Leva dois, pro marido.

- Eu não tenho marido!

- Pro namorado, então.

- Eu não tenho namorado!

- Dois sai mais barato...

- Eu não tenho ninguém!

Estou sem namorado, sozinha! É só quero uma saco de maçã.


- Um fica por três.

- Ótimo, nem dinheiro eu tenho, não quero mais!

- Eu troco cinqüênta.

- Não quero mais.

Da próxima vez o senhor não discuta com a cliente.


- Mas já que não tem namorado, vamo conversar...


Desconheço quem escreveu

Mais um bom motivo pra comprar maçã...!


Amo seu olhar
Amo esse seu jeito de menino a sonhar


Não sei de mim
Sei é que tenho uma alegria nos olhos
que a tristeza por vezes faz eclipse
E que minha vontade é de mergulhar no que me aconchega
Na palavra, na caneta
Lambuzar-me na tinta preta
Até me reescrever, inteira.

Débora Tavares

domingo, 19 de agosto de 2007



Figo,
A doce fruta do dia..!


Quando eu te vejo sorrindo
Eu só quero te perguntar:
Você já tinha visto uma noite tão bonita?
Eu poderia tocar as estrelas
Por brilharem tanto assim.

Você já tinha visto um dia tão intenso?
Eu jamais iria querer perder isso,
Pois no meu coração sei que é isso que quero.
Essa é a essência dos meus sonhos.

Tenho um lugar onde pertenço
Tenho alguém para amar
Você já sabe o sentido da vida?
Você poderia vasculhar o mundo inteiro
E nunca descobrir.

Você não tem que percorrer oceanos
Pois a felicidade não é nenhum enigma.
E ela esta aqui, do seu lado.

Leonardo Vivaldo da Silva


Paixão é uma infinidade de ilusões
Que serve de analgésico para a alma.
As paixões são como ventanias que enfurnam as velas dos navios,
Fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar,
Mas se não fossem elas, não haveriam viagens nem aventuras
E nem novas descobertas.

Voltaire

quinta-feira, 16 de agosto de 2007



Sempre quis ter asas para voar
Se as tenho, não sei por onde elas andam
Sou passarinha dos meus sonhos, das minhas fantasias, dos meus pesadelos
Sou alguém que sempre quis voar
E muito além dos meus sonhos sou aquela que deseja no limite
No absurdo de cada momento
Ousar
E sentir a corrente de um amor
Não escravo, perdido e feiticeiro
Que sempre me leva a um lugar comum

Neyde Noronha


Não confundas o amor com o delírio da posse,
Que acarreta os piores sofrimentos.
Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer.
O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer.
(...) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente:
É que ele não pode ser prejudicado.
O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.

Antoine de Saint-Exupéry


O beijo nada mais é
do que uma contração da boca
provocada por uma dilatação do coração

Max Nunes

terça-feira, 14 de agosto de 2007


O fim de tudo é sempre triste, ou
Triste só é o fim das coisas que nos são importantes?

domingo, 12 de agosto de 2007

Não me Perca


Não me perca de vista,
Não deixe que eu desapareça da sua vida
Antes de precisar de mim.
Não deixe que eu vá embora
Sem antes saber quem sou,
E quais são os meus sonhos,
Quem sabe são os mesmos sonhos seus,
Quem sabe...

Não me perca de vista nunca,
Mesmo que não esteja interessado hoje,
Pode ser que um dia
Tenha saudades de mim.

Não me deixe seguir sozinha esta estrada
Sem antes saber se gostaria de ir também,
Sem antes descobrir que é
Exatamente o caminho que sempre procurou.

Não me perca,
Talvez só eu possa ser pra você
A esperada chegada,
O tão sonhado caso de amor,
A linda e infinita história
E a realidade mais sublime de se viver.

Mas não me perca,
Deixe eu ficar e esperar por você,
Esperar que me chame,
Que você precise da minha companhia,
Que você tenha por mim todo o seu carinho,
Que você de repente descubra que está me amando,
E que me agradeça por
Ter ficado ao seu lado,
E te esperado.

Não me perca,
Nunca...

Autor desconhecido


Ausência é diferente
De lembrança ou de saudade. É algo maior!
É como se fosse o eco de outro mundo
Zunindo nas cousas, doendo na gente!
É como sumir no vazio profundo
Que fica estranho e fica imenso em derredor!

Gilka Machado


Só colado ao teu , meu corpo se sabe corpo.
Por isso para que nada se perca,
Para que não nos percamos,
Vem...

Silvia Chueire

sábado, 11 de agosto de 2007

Segredos



Meu vestido é cheio de segredos.

A cada botão que você abre,

sinto uma rosa desabrochar.

Rita Apoena

Silêncio



Duermen en mi jardín
las blancas azucenas
los nardos y las rosas
mi alma triste y pesarosa
a las flores quiere ocultar
su amargo dolor.

Yo no quiero que las flores sepan
los tormentos que me da la vida.

Si supieran lo que estoy sufriendo
por mi pena morirían también.

Silencio, que están durmiendo
los nardos y las azucenas
no quiero que sepan mis penas
porque si me ven llorando, morirán.

No quiero que sepan mis penas
porque si me ven llorando, morirán.

Ibrahim Ferrer e Omara Portuondo


Nossa loucura é a mais sensata das emoções;

tudo o que fazemos deixamos como exemplos

para os que sonham um dia serem assim como nós:

Loucos mas Felizes!

Mário Quintana


“É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente,
o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos.
É preciso que a tua ausência trescale sutilmente,
no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo.
Mas é preciso, também, que seja como abrir
uma janela e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir como sinto
em mim a presença misteriosa da vida.
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista que
nunca te pareces com o teu retrato.
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.

Mário Quintana

domingo, 5 de agosto de 2007


Aromatizante, estimulante
E como se não bastassem os usos que o povo lhe deu, fizeram dela protagonista em histórias de ninar, com bruxas e princesas

Maçãs, verdes ou vermelhas, maçãs à vida...


Quando a gente gosta, a gente diz que nunca mais vai repetir,
e repete porque gostar não é promessa,
é quebrar promessas com os dedos cruzados nos lábios...

Fabro




Amo a liberdade, por isso
Deixo as coisas que amo livres
Se elas voltarem é por que as conquistei
Se não voltarem é por que nunca as possuí

John Lennon

sexta-feira, 3 de agosto de 2007



Amor é o olhar total, que nunca pode

ser cantado nos poemas ou na música,

porque é tão-só próprio e bastante,

em si mesmo absoluto táctil,

que me cega, como a chuva cai

na minha cara, de faces nuas,

oferecidas sempre à àgua.



Fiama Hasse Pais Brandão


No bosque. Ninguém a viu.
Flor aberta, flor fechada.
Por que vibraram os deuses
sua beleza ignorada?

Por que passou pelo bosque
tão amável perfeição,
se pelo bosque passava
apenas a solidão?


Alberto de Lacerda

quarta-feira, 1 de agosto de 2007


Atravessei contigo a minuciosa tarde

Deste-me a tua mão, a vida parecia

Difícil de estabelecer

Acima do muro alto

Folhas tremiam

Ao invisível peso mais forte.

Podia morrer por uma só dessas coisas

Que trazemos sem que possam ser ditas:

Astros cruzam-se numa velocidade que apavora

Inamovíveis glaciares por fim se deslocam

E na única forma que tem de acompanhar-te

O meu coração bate.



José Tolentino de Mendonça

Imortalidade



Quando eu tiver partido

fechado os olhos

fugido

não me procurem

reparem

estarei na gota de chuva

virei no sopro do vento

em cada raio de lua

trazida na onda do mar

perdida no firmamento

na mais pequena flor.

Reparem

sou eu…

ainda


Hilda Bachin


Mesmo quando a noite chega

Ele não escurece