sábado, 6 de outubro de 2007


Deixo sua lembrança me amanhecer.

Abrevio sua face à cabeceira da cama.

O dia já não é um qualquer, chega com maior
=
riqueza de significados

e até o silêncio parece querer me dizer algo.

É uma agressão tentar não pensar em você.

Infantilizo sentimentos pela manhã para brincarmos

de nos desejar pela tarde.

(...)

Esqueço o relógio, o tempo que você mora dentro de mim

não pode ser medido por minutos,

o tempo que eu te esqueci foi só uma maneira de te amar mais.

Excedo-me para pagar os desejos atrasados, quero te confessar

as mais reprimidas vontades que me tomaram

de vez em quanto, por todos esses anos.

Eu estou atrasado na sua vida, mas estou na sua vida.

E agora não somos mais reféns do que aconteceu,

somos donos do que estar por acontecer.

Fernando Palma

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