sábado, 17 de novembro de 2007


Saboreio este dia,

Fruto roubado no pomar do tempo.

Sabe-me a novidade,

Deixa-me os lábios doces.

Tem a polpa de sol, e dentro dele

Calmas sementes de outro sol futuro.

Cheira a terra lavrada e a maresia.

E tão livre e maduro,

Que quando o apanhei já ele caía.



Miguel Torga

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