domingo, 2 de dezembro de 2007


Assim que anoiteceu, saiu para pescar.

Peixes não, estrelas.

Afastou-se da casa, atravessou um campo até o seu limite.

Na linha do horizonte, sentado à beira do céu,

abriu a caixa das frases poéticas que havia trazido como iscas.

Escolheu a mais sonora, prendeu-a firmemente na rebarba luzidia.

Depois, pondo-se de cabeça para baixo, lançou a linha no imenso
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azul, deixando desenrolar todo o molinete.

E paciente, enquanto a Lua avançava sem mover ondas, começou
=
a longa espera de que uma estrela viesse morder o seu anzol.



Marina Colassanti

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