segunda-feira, 10 de dezembro de 2007


A pobre flor dizia à borboleta: não fujas!

Vê como os nossos destinos são diferentes,

Eu fico, tu partes!

Todavida, nos amamos,

Vivemos sem os homens e longe deles,

Somos parecidos e dizem que ambas somos flores!

Mas, infelizmente!

o ar te transporta e a terra me prende.

Destino cruel!

Eu gostaria de perfumar o teu vôo

Com a minha respiração no céu!

Mas não, tu vais demasiado longe

Entre as flores sem número tu voas,

E eu fico sozinha

A ver minha própria sombra girar aos meus pés.

Foges, depois voltas,

Vai-te embora outra vez

E brilhas algures!

Por isso me encontras sempre

Em cada madrugada

Orvalhada em lágrimas!

Ah! para que o nosso amor possa

Viver dias de felicidade,

Ó meu amor

Ganha raízes como eu,

Ou dá-me asas como tu!



Victor Hugo

Sem comentários: