sexta-feira, 21 de dezembro de 2007


Toda a poesia é luminosa,
=
até a mais obscura.

O leitor é que tem às vezes,

em lugar do sol, nevoeiro dentro de si.

E o nevoeiro nunca deixa ver claro.

Se regressar

outra vez e outra vez

e outra vez

a essas sílabas acesas

ficará cego de tanta claridade.

Abençoado seja se lá chegar.


Eugénio de Andrade

1 comentário:

Anónimo disse...

A Kiss is still a Kiss