domingo, 19 de outubro de 2008

Amor



Tirei os bagos,
Um a um, de dentro da romã.
Juntei-os no prato do poema,
E construí com eles a tua imagem
Para que a pudesse morder como se ama,
Até ouvir o teu riso perguntar-me:
"Que fazes ?"
Enquanto libertavas os seios de dentro da camisa,
Para que a luz os mordesse
Como se morde a romã.



Nuno Júdice

1 comentário:

Nelson Soares disse...

A analogia entre romã e corpo feminino é curiosa e interessante. Realidades tão diferentes mas simultaneamente tão equiparáveis, tão iguais.


Gostei do blog. Do conceito e da produção. Simplesmente, um dos melhores...


Stay Well...



p.s.: como podes ter tão poucos comentários?