quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Refúgio


No pouco a pouco

construo um mundo de aconchego.

Penetro nele, piso o tapete,

tudo é eloqüente, pequeno amigo.

Meu repouso, minha rede,

quente lareira, foyer central,

dentro é calor, parede e cal.

É meu casulo, meu ventre maternal,

minha volta ao meu eu,

meu retorno, meu natural.

Me achego à casa,

como quem chega de uma viagem,

estranho e doce, meu lar

me chama, me esconde e canta, a me ninar.

É quente e abrange , num grande abraço,

meu ser cansado de peregrinar.

Acolhe e cura minha procura,

me ama e me envolve, a me embalar.


Dora Vilela

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